Acontecia sempre a mesma coisa:
Ele fazia planos, sorria, a inspiração vinha avassaladora e ele se via a compor mentalmente, na falta de papel ou algo para escrever.
E escrevia as coisas mais incríveis que conseguia imaginar, deleitava-o a expectativa da crítica alheia.
Mas inevitavelmente, antes ou depois de mostrar seus textos a outros, um balde de água fria, algum ato que não ia conforme ele imaginara. A decepção invadia e mudava tudo, ele se sentia vazio, seu texto parecia vazio, apenas um amontoado de mentiras dando falsas impressões para quem lia.
Platonicidade distorcida, não conseguia decidir se tudo dava certo em sua mente, e a realidade é que não correspondia ou se era o contrário, e por mais que as pessoas agissem de modo correto, em sua cabeça tudo era caos e decepção.
Foi pensando nisso que ele começou a escrever em terceira pessoa, como se contasse a história de outro, desse modo era mais fácil se abrir, e sentia menos necessidade de se explicar quando seus textos perdessem o sentido.
E enquanto escrevia esse texto ele resolveu não mais ter medo de se decepcionar, afinal a decepção só vinha se, em algum momento, ele tivesse sido feliz.
Nem se importaria tanto com o significado do que escrevesse, ele era tão verdadeiro quanto o leitor quisesse, além do mais, já havia escrito para muitas, e ainda escreveria para outras mais.
domingo, 30 de agosto de 2009
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3 comentários:
Platonicidade é minha, fdp. Amo-te ;@.
Huuum, é. Já me aconteceu sim.
E matasse porque eu escrevo na terceira pessoas. Falar de terceiros, mudá-los, parece mais fácil que admitir uma mudança pessoal sem chamar de hipocrisia.
nao preciso dizer que eu te amo?
haha
é cara
tudo se resume a um breve e vasto dito:
expectativas geram frustação
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