sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ilusão

É finda a ilusão.
Como finda? Havia começado? Sempre há um começo, já que tal é também uma ilusão.
Mas não devaneie-mo-nos da recém falecida ilusão, pois ela é tambem uma fuga. Fuga é o que eu preciso, o que eu mais quero. Quê mais podia querer? Se cada vez que eu peço algo aqui no mundo real, tal desejo me é sumariamente negado? Não sei nem por que é que chama-se real, afinal tudo baseia-se nas mentiras que contamos uns aos outros. Talvez o que eu precise seja de alguém que me ensine a usar tais mentiras a meu favor, pois a mãe natureza, em seu infinito esforço e ingenuidade, deu-me apenas a honestidade, porém tal qualidade parece apenas me prejudicar. Aliás, por quê chamá-la de qualidade? Serve-me apenas na hora de escrever, e se escrevo, é uma ilusão. Ironia, só me serve a honestidade quando para contar uma mentira. Maldita reflexão, que só me leva aos velhos paradoxos de sempre. Maldito sono, que não me leva de uma vez para suas ilusões.
Maldito fim.

Um comentário:

Augusto Rosa Leite disse...

honestidade está dentre as mais raras e belas qualidades de um ser pena que traga consigo, na maioria das vezes neste pais a ingenuidade.