terça-feira, 3 de agosto de 2010

Das pequenas verdades da vida

Deitado no escuro parecia estar flutuando junto daquela mulher, acima do mar de luzes que era a cidade ao longe.
Conversa não se ouvia mais, haviam-se esgotado os assuntos há horas, mas nem tudo pode ser dito com a voz.
A noite fria e silenciosa - somada aos milhares de pontinhos brilhantes, cúmplices que confundiam-se com as estrelas no céu, causavam um efeito estranho, inspirava a reflexão, como a sensação que antecede uma epifania. Foi aí que olhou pra cima e descobriu o por quê.
Nunca antes ficara sem fôlego diante da beleza da lua.

Talvez a vida tenha um motivo, afinal. Devem ser as pequenas coisas que fazem você encontrar lá dentro umas verdades que nem lembrava mais que existiam.
O recado já estava refletido nos olhos dele, mas mesmo assim pegou um papel, escreveu e entregou.

"Veja bem, mulher, o que eu só agora descobri:
um pedaço de mim que ainda há pouco batia em vão."

4 comentários:

Ketryn Alves disse...

Pontinhos luminosos que se confundem também com os olhos de quem lê o bilhete enquanto descobre que as bochechas doem pra sorrir.

O resto é redundância.

Augusto Rosa Leite disse...

Matheus diz:
aquele blog é um blog gay


só pra registrar.

Carolina Klock C. Ferreira disse...

"Talvez a vida tenha um motivo, afinal."
Pra alguns, talvez.

HASUASHUASH, por isso que eu gosto tanto desse blog biba.

Carolina Pires. disse...

senti ciúmes, prontofalei.