quarta-feira, 3 de junho de 2009

das tramóias e desilusões de um dia de sol.

Vim aqui ver isso hoje.
ver a quantas anda a agenda
os planos pra hoje, amanhã e pra sempre.
tudo o que eles dizem é que no final tudo se emenda
tudo se ajeita.

mas como fazer pra espremer aquela gotinha?
aquele mínimo grão
que transformaria em algo mais
a minha inspiração
no final, não olhe para trás

não sem saber, com certeza
se foi bom, se vai sorrir ou chorar
ou se vai sequer corar
ao saber que ali, no meio da estante
atrás daquele monet xerografado
há ainda um guerreiro restante

pra animar a sua quinta feira,
sua sexta, sábado ou até domingo.

e a poesia? morta?
mortos estão os poetas
os verdadeiros poetas,
há muito enterrados por seus intérpretes
que hoje desdenham
sorriem num frênesi de destruição
de desapego às regras
enquanto pisoteiam as obras de salvação

cansei das refregas
não mais luto em prol disto ou daquilo
o que me interessa agora é sair desta estante
fiquei preso por tempo demais neste instante
vou é sorrir em júbilo ao perceber
que nem todas as suas frustações
te fariam me receber
e que o tolo fui eu, por esperar salvação
ao invés de rasgá-la de meus planos
e me contentar com a acolhedora solidão

os estragos já foram feitos
e o que trago, é para efeito
na vida, na mente ou para ilusão.
não vou olhar pra trás, sorrir ou corar
a guerra acabou, e o guerreiro já chorou.
e o que passou, passou.

3 de junho de 2009

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